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O que cabe a um arquivo que se ocupa daquilo que é reprodutível?  Qual a política de conservação mais adequada a um contexto no qual as obras não dispõem de original? Jornais, revistas, livros, xerografias, adesivos, cartazes, panfletos, cartas, cartões postais: o que reclamam peças que são a um só tempo suporte e veículo, obra e documento, prática e abstração?

Encerradas em caixas, submetidas a condições rigorosas de temperatura e umidade, isoladas em espaços permanentemente fechados a visitação, elas contraditoriamente se aproximam daquilo que obstinadamente evitaram tornar-se. E a tentativa de salvá-las do dilúvio acaba por dilacerá-las. Como se integridade física e conceitual fossem de algum modo incompatíveis.

O Arquivo Abreviado surge de um projeto de pesquisa. Uma pesquisa cujas inquietações os arquivos convencionais não puderam sanar – porque não estavam abertos, porque não havia pessoal suficiente para acompanhar os pesquisadores, porque os documentos não estavam digitalizados, porque não se podia registrar o que se consultava, porque as visitas só eram permitidas aos membros da instituição que administrava o arquivo.

A ideia de fazer dessa coleção um arquivo tem como intenção colocar o seu acervo outra vez em circulação, materializando uma resposta alternativa às questões colocadas acima. Essa plataforma online é um primeiro passo nessa direção. O projeto PRETERÍVEL, o segundo. Contemplado pelo Edital Elisabete Anderle de estímulo à cultura [FCC – Governo do Estado de Santa Catarina], o projeto PRETERÍVEL prevê a construção desse plataforma virtual bem como encontros de pesquisa e de performação do seu acervo.